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A Argentina é o segundo maior país da América do Sul, com um território de 2.780 mil km² e uma população de quase 40 milhões de habitantes, que se concentram em sua capital, Buenos Aires, e nas cidades de Córdoba, San Justo e Rosario. A composição da população argentina é basicamente de europeus meridionais, tendo um pouco de influência índigena ainda.
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A religião dominante é o cristianismo, sendo a maioria católica. O clima do país é bastante variado, indo desde o tropical no norte do país até o subpolar em seu extremo sul, passando pelo clima de montanha, árido e temperado. A criação de gado para corte é uma das bases da economia argentina, que é uma das maiores exportadoras de carne do mundo.
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Atualmente o presidente da Argentina é Néstor Kirchner, eleito em 2003, para governar este país constituido de 22 províncias e de uma Cosntituição mais recente que a brasileira, de 1994.
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No oeste do país está a cordilheira dos Andes e o ponto mais alto das Américas, o pico Aconcágua. As férteis e quentes planícies do Chaco e da Mesopotâmia (entre os rios Uruguai e Paraná) ficam ao norte, e os pampas, pólo agropecuário, no centro. No extremo sul, árido e frio, a Patagônia abriga variada fauna marinha. Um terço dos argentinos, a maioria de origem européia, vive na província de Buenos Aires. O país é rico em minérios e grande produtor de carne e cereais. Nos últimos anos, com a falência do modelo cambial adotado em 1991, a economia entra em colapso. O resultado é que a Argentina tem hoje mais da metade de sua população vivendo abaixo da linha de pobreza ?– nos anos 1970, apenas 5% dos argentinos se encontravam nessa condição. O desemprego hoje supera os 20% da força de trabalho.
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Como tudo começou
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A região da Argentina era habitada por índios querandis, charruas, quíchuas e guaranis quando os conquistadores espanhóis, liderados por Juan Díaz de Solís, aportam no rio da Prata, em 1516. O comércio faz do porto de Buenos Aires, fundado em 1580, capital do Vice-Reinado do Prata em 1776.
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As derrotas dos ingleses nas tentativas de ocupar a capital, em 1806 e 1807, inspiram a revolução que derruba o vice-rei espanhol (1810) e leva à independência, declarada em 1816. Entre 1817 e 1819, o general José de San Martín, líder da campanha pela independência, cruza os Andes com seu exército para libertar o Chile e o Peru. Entre 1825 e
1828, em guerra contra o Brasil, o país perde a Banda Oriental, que se torna o Estado soberano do Uruguai. Em 1829, o general Juan Manuel Rosas instaura a ditadura e é derrubado em 1852. Seguem-se, a partir de 1916, governos da União Cívica Radical (UCR), interrompidos em 1930 por um golpe militar chefiado pelo general José Uriburu.
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O regime civil é restaurado em 1932, com domínio conservador. Em 1943, novo golpe militar abre espaço para a ascensão de Juan Domingo Perón, que conquista o apoio das camadas populares ao promover a sindicalização e as reformas trabalhistas. Eleito presidente em 1946, casa-se com Eva Duarte (Evita), símbolo da propaganda de seu governo populista. Perón é reeleito em 1951.
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A morte de Evita, em 1952, enfraquece o governo. Deposto em 1955 por um golpe militar, Perón exila-se na Espanha. Arturo Frondizi, da UCR, é eleito presidente em 1958 e deposto pelos militares quatro anos depois. Arturo Illia (UCR), eleito em 1963, cai em 1966, em novo golpe, liderado pelo general Juan Carlos Onganía, afastado em 1970. Em 1971, o general Alejandro Lanusse negocia a volta de Perón. O Partido Justicialista (PJ) elege Perón para a Presidência em 1973. No ano seguinte, o presidente morre. Isabelita, sua mulher e vice-presidente, assume o governo e favorece setores direitistas.
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Um golpe militar depõe Isabelita em 1976. A junta chefiada pelo general Jorge Rafael Videla toma o poder, dissolve o Congresso e dá início à "guerra suja" ?– repressão aos opositores. O número de desaparecidos durante a ditadura é estimado entre 15 mil e 30 mil pessoas. O general Roberto Viola substitui Videla em 1981. Promete dialogar com a oposição, mas é deposto pelo general Leopoldo Galtieri. Buscando apoio popular, os militares invadem, em 1982, as Malvinas, território britânico no Atlântico sul reivindicado pela Argentina. A derrota argentina leva à renúncia de Galtieri. Seu substituto, o general Reynaldo Bignone, negocia a volta dos civis ao poder.
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Assim ocorre a redemocratização da Argertina. Raúl Alfonsín, da UCR, eleito presidente em 1983, ordena a prisão dos comandantes das juntas militares um ano depois. Uma comissão liderada pelo escritor Ernesto Sábato constata a existência de campos de prisioneiros, onde ao menos 8.961 pessoas foram mortas de 1976 a 1982. A hiperinflação provoca saques e quebra-quebras em todo o país. Em 1987 e 1988, as revoltas de militares da ativa (os caras-pintadas) contra o julgamento de oficiais fazem Alfonsín enviar ao Congresso leis que anistiam oficiais subalternos e limitam o número de processos. As leis são revogadas em 1989.
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Surge então o governo do peronista Carlos Menem, que vence as eleições presidenciais em 1989. Em meio à grave crise econômica, toma posse antes do fim do mandato de Alfonsín e
adota medidas duras de combate à inflação. Em 1990 sufoca outro levante cara-pintada e indulta os militares da "guerra suja". Um plano baseado na paridade entre o peso e o dólar, de autoria do ministro Domingo Cavallo, congela a inflação em 1991. Em 1992 privatiza o sistema energético e a estatal de petróleo. Em 1994 muda a Constituição para concorrer ao segundo mandato e se reelege.
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A Constituição que o próprio Menem modificou para seu benefício o impede de concorrer a um terceiro mandato, e a disputa presidencial de 1999 fica entre Eduardo Duhalde (PJ) e Fernando de la Rúa, da Aliança ?– coalizão oposicionista que reúne a UCR e a Frente do País Solidário (Frepaso). De la Rúa vence no primeiro turno e assume a Presidência em meio à recessão e ao desemprego. No mesmo ano, o Mercosul entra em crise com a decisão do Brasil de desvalorizar o real, o que prejudica as exportações argentinas. Em novembro de 2000, o governo congela gastos públicos e reduz benefícios do sistema de Previdência. Em dezembro é assinado acordo de ajuda externa, no valor de 40 bilhões de dólares, coordenado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).
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Com o agravamento da crise, diminuem as reservas de dólares. Em julho de 2001, os boatos de desvalorização do peso provocam uma corrida aos bancos. Em 1º de dezembro, para prevenir saques em massa, que provocariam a quebra do sistema financeiro, o governo limita em mil dólares a retirada mensal por pessoa. A restrição aos saques passa a ser chamada de corralito (curralzinho). Uma greve geral contra a política econômica resulta em saques e tumultos.
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No dia 20 de dezembro, milhares de argentinos concentram-se diante da Casa Rosada. Batem panelas e exigem a renúncia de De la Rúa, que na véspera havia decretado estado de
emergência. Na repressão aos protestos, morrem 29 pessoas. De la Rúa não resiste à pressão, renuncia e foge de helicóptero.
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Aqui a crise se agrava ainda mais, com o presidente do Senado, Ramón Puerta, assumindo a Presidência, mas renunciando dois dias depois. Depois o governador da Província de San Luis, o peronista Adolfo Rodríguez Saá, é eleito pelo Congresso para governar até o fim do mandato de De la Rúa (dezembro de 2003). Na posse, Rodríguez Saá decreta a moratória dos juros da dívida externa. Mas os deputados peronistas recusam-se a aprovar as medidas econômicas de Rodríguez Saá, que renuncia no dia 30. O presidente da Câmara, também peronista, Eduardo Camaño, concorda em assumir a Presidência da República por 48 horas. Eduardo Duhalde, novo escolhido pelo Congresso, assume finalmente em 1º de janeiro de 2002 e forma um gabinete de unidade nacional.
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O câmbio fixo de 1 peso por 1 dólar, que vigorava desde 1991, é abandonado em fevereiro, e a cotação passa a flutuar de acordo com o mercado. Em novembro, o corralito é extinto, o que leva a uma série de medidas parciais para o fim da restrição aos saques bancários. Em janeiro de 2003, depois de um ano de negociações, Duhalde assina um acordo com o FMI e encerra a moratória da dívida externa.
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A rivalidade entre as facções peronistas leva o PJ a lançar três candidatos às eleições presidenciais de 27 de abril: Menem, Rodriguez Saá e Néstor Kirchner, governador da Província de Santa Cruz, apoiado por Duhalde. Menem é o mais votado no primeiro turno, com 24,3%, seguido por Kirchner, com 22%. As pesquisas do segundo turno, marcado para 18 de maio, indicam grande vantagem em favor de Kirchner. Para evitar a derrota, Menem retira sua candidatura, no dia 14, o que faz de Kirchner o novo presidente, sem necessidade de nova rodada eleitoral.
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Kirchner toma posse em 25 de maio e, três dias depois, demite o comandante do Exército, Ricardo Brinzoni. São ainda destituídos mais de 50 integrantes da cúpula das Forças Armadas. A medida é tomada para afastar dos postos de comando os oficiais suspeitos de envolvimento com a repressão na ditadura militar. Em agosto, por iniciativa de Kirchner, a Câmara dos Deputados e o Senado anulam as leis que perdoavam os responsáveis pelas atrocidades da ditadura. Essas leis, chamadas de Obediência Devida e Ponto Final, tinham sido aprovadas durante o governo de Alfonsín. A anulação, para adquirir validade, ainda depende da aprovação na Suprema Corte. Em 2004, um juiz federal anula dois decretos de Menem anistiando seis militares acusados de crimes durante a ditadura.
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Em setembro de 2003, Kirchner volta a suspender os pagamentos aos organismos multilaterais de crédito, diante do impasse nas negociações em torno da dívida de 90 bilhões de dólares. O presidente rejeita as duas exigências do FMI ?– o pagamento de uma compensação aos grandes bancos pelos prejuízos em 2002 e a autorização para que as empresas prestadoras de serviços públicos aumentassem suas tarifas. Em sua visão, essas medidas agravariam a pobreza no país.
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A nova moratória dura apenas dois dias. O FMI assina novo acordo, abrindo mão de suas exigências. ?‰ aprovado um empréstimo de 12,5 bilhões de dólares, a ser liberado em parcelas no decorrer de três anos. Em troca, a Argentina se compromete a gerar um superávit fiscal equivalente a 3% do Produto Interno Bruto (PIB), percentual considerado baixo para acordos semelhantes.
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Depois de chegar ao fundo do poço, em 2002, quando o PIB apresentou uma redução de 10,9%, a economia argentina apresenta expressiva recuperação. As empresas voltam a investir e o déficit comercial dá lugar a um superávit. A economia cresce 8,1% em 2003, e as estimativas apontam para um índice semelhante em 2004. O desemprego diminui um pouco, mas permanece elevado, ao redor de 20%. A insatisfação manifesta-se por meio dos "piqueteiros" ?– grupos de desempregados que fazem piquete nas estradas e avenidas para exigir dinheiro e comida.
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Em 2004 surge um novo impasse com os credores externos ?– dessa vez, discutem-se as taxas de desconto na liquidação dos títulos da dívida emitidos nos governos de Menem e de De la Rúa. Um acordo em setembro permite a liberação da segunda parcela do empréstimo aprovado pelo FMI. No segundo semestre, o Mercosul enfrenta dificuldades, sobretudo na relação entre Argentina e Brasil, pois os produtos manufaturados brasileiros em diversas áreas chegam a bom preço no mercado argentino, atingindo o desempenho da indústria local. O governo da Argentina tenta recolocar barreiras a produtos do país vizinho, com o que o governo brasileiro não concorda.
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